A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) vem incorporando tecnologias de inteligência artificial (IA) em suas atividades com o objetivo de promover melhorias nos serviços prestados à população. Evidência disso é o uso que a Gerência de Controle e Vigilância da Qualidade (GCVQ) realiza dos recursos, aplicados para otimizar a comunicação entre laboratórios integrados e unidades operacionais da empresa, e controlar de forma eficiente o estoque de insumos laboratoriais.
O setor realiza análises diárias das condições físico-químicas e microbiológicas da água captada e distribuída à população, com base na Portaria 888/2021, do Ministério da Saúde. O ato normativo determina procedimentos de controle e de vigilância da qualidade do recurso hídrico para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Assim, o contato constante entre GCVQ e unidades como estações de tratamento de água (ETAs) é fundamental.
E é justamente nisso que a IA tem contribuído, segundo o biólogo do Laboratório de Microbiologia e Hidrobiologia (Labmic) da Deso, Rafael Alves. “Os aparelhos de exames de amostras são interligados a um programa de computador que registra os resultados e, todos os dias, envia-os em forma de relatório aos responsáveis pela distribuição de um município onde verificamos que a água não está em conformidade com os parâmetros estabelecidos pela Portaria”, explicou ele.
Rafael afirmou que o procedimento aumentou muito a eficiência comunicacional com as unidades. Isso permite que haja mais rapidez na correção de problemas relacionados à qualidade hídrica, garantindo água potável em condições adequadas aos usuários. “Antes, tudo isso era feito de forma manual, o que nos tomava muito tempo. Agora, o processo ocorre automaticamente”, contou ele, acrescentando que, além do relatório diário, há um levantamento qualitativo mensal, enviado a setores operacionais da companhia e a órgãos de vigilância sanitária estadual e municipais.
Mais benefícios
A tecnologia tem trazido mais vantagens na comunicação. A gerência passou a utilizar um avatar sintético, gerado por uma plataforma de inteligência artificial, para enviar, em vídeo, informações como pesquisas de satisfação e avisos de treinamento a colaboradores internos e externos à GCVQ. “Em vez de informarmos às pessoas apenas com texto, o qual algumas nem chegavam a ler, utilizamos uma personagem humana criada com IA para otimizar esse contato, tornando-o mais transparente e efetivo”, destacou o estagiário do setor, José Deyvisson.
Além disso, o GCVQ também utiliza IA para monitorar de modo preciso o estoque de insumos necessários para realizar testagens laboratoriais, cujo fluxo contínuo é essencial para controlar a qualidade da água que abastece o estado. Um programa de computador reúne informações sobre a quantidade de produtos disponíveis, atualizada conforme são utilizados. “Daí, quando chegamos a um determinado nível de provimento, a IA emite um alerta que atingimos um nível crítico. Esse aviso nos permite reabastecer nossas reservas com mais assertividade, e assegurar a continuidade dos trabalhos”, detalhou Rafael.